E tudo
começa aqui, quando o café chega da roça, ele vem para a via úmida, onde ele
vai ser lavado, despolpado, onde será separado o café cereja do café verde
e o boia. Levando em seguida para o processo de secagem.
Um dos diferenciais dessa tecnologia é que o terreno está em plena
safra e o terreiro está vazio. Fazenda Canto Alegre, Coqueiral, MG.
- Guy: O que te levou a essa tecnologia?
- Eduardo Reis Chaves, proprietário da Fazenda Canto Alegre: O que
me levou a essa tecnologia foi diminuir riscos. A gente tem que fazer uma
colheita rápida, eficiente e não podemos passar por condições climáticas. Esse
ano, em 1 hora choveu 40 mm aqui. Graças a Deus, estava com o meu terreiro
vazio porque o café está sendo processado todo dentro da usina. Então, isso nos
trouxe uma vantagem muito grande, com uma colheita na hora certa e há uma
garantia que irei produzir um café de qualidade.
- Guy: Redução de custo?
- Eduardo Reis Chaves: Muito, eu tinha 10 terreiros, 2 rodos motos,
4 sopradores. Cada catador de terreiro ganha em torno de R$1500,00 e o que eu
fiz, essas pessoas não existem mais. Elas foram alocadas em uma outra parte da
fazenda mais importante e elas estão sendo mais valorizadas.
- Guy: Eduardo, então conta o segredo!
- Eduardo Reis Chaves: Vou convidar vocês para irmos até a usina e
ver o trabalho que estamos fazendo por lá.
Aqui está o segredo, um novo modelo de secador. Ele seca três
lotes ao mesmo tempo, ele é estático, mas, ao mesmo tempo, ele tem mobilidade.
Hora ele mexe, hora ele fica parado
- Guy: Explica melhor, Eduardo.
- Eduardo Reis Chaves: Uma usina de pós colheita, ela dispensa
terreiro porque esse secador trabalho com três pisos. A gente trabalha com um
processo onde em 20 minutos o café fica parado e 1 minuto o café fica girando.
Então, trabalhamos com as vantagens do café estático, mas não deixamos de
movimentar para homogeneizar, andar mais rápido a colheita e para garantir a
qualidade. Com os três pisos, você tem diferenças de temperaturas e isso faz
com que o café comece a secar devagar e ele finalize nos 11.5 de umidade em
torno de 24 horas. Dessa forma, você não para a colheita, você colhe na hora
certa e você consegue ter resultados fantásticos.
Estou aqui com dois amigos, o Milton Verdade, consultor e
experiente na produção de cafés especiais certificados e a Carmem Lúcia, a
nossa Ucha que é produtora de café aqui em Três Pontas, MG, na região de
Coqueiral e vai contar um pouco da experiência que eles tiveram, pois eles
conheceram essa tecnologia na Colômbia.
- Milton Verdade: Esse processo acontece na Colômbia, onde o
período da colheita é muito mais chuvoso que no Brasil. Essa tecnologia já
existe há algum tempo na Colômbia, onde o café é levado diretamente do
descascador para o secador. Era um desafio que nós tínhamos aqui no Brasil, vencer
os problemas climáticos que sofremos tanto no início da colheita. A busca de ir
na Colômbia e ver essa tecnologia, vem confirmar que aqui no Brasil as
experiências que estamos tendo do lançamento dessa tecnologia aqui no Brasil
- Carmem Lucia: A gente hoje está aqui para ver novidades, ver
novas tecnologias, são tecnologias que estão vindo de outros países, fomos lá
conhecer e eles estão fazendo coisas bacanas. Uma das coisas mais legais para
nós produtores de café no Brasil é justamente conhecer coisas novas. A
inovação, a gente não está parando, nós estamos cada vez mais buscando inovar.
Realmente é desafiador, cada ano é uma novidade que a gente busca. Inovação e
se queremos ter resultado, precisamos de coisas novas e esse equipamento vem
nos trazer isso. Em relação aos cafés especiais, eu enxergo com muito bons
olhos, por que isso me permite trazer cafés maduros e me traz micro lotes em cada
uma escala ali. Muito interessante, tenho muito que aprender e é muito bem-vindo.
Estou apaixonado por isso.
Vamos ouvir a opinião da estudante Marcela Oliveira sobre todo
esse conhecimento.
- Marcela Oliveira, estudante de Agronomia IF Sul de Minas - Campos
Muzambinho, MG: Eu acompanhando o Guy e conhecimento toda essa realidade da
cafeicultura, vim aqui hoje foi um dia muito proveitoso e essa tecnologia
realmente está aí para ajudar o cafeicultor. Nós, como alunos, sempre temos que
estar em busca do conhecimento, porque ao sairmos da escola vamos chegar para
os produtores e encontrar soluções. Essa nova tecnologia irá ajudar, não vamos
precisar de terreiros, viabiliza o tempo do produtor que hoje é o que ele mais
precisa. Ele tem agilidade em seus processos e essa nova tecnologia está
chegando para melhorar.
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