Amigos
cafeicultores, nesses episódios vamos falar um pouco sobre a incidência da
broca no café. Essa praga vem preocupando muito os cafeicultores brasileiros,
principalmente com a retirada do mercado o produto endosulfan que era o mais
utilizado para seu controle. Para isso, nós vamos dar algumas dicas, vamos
conversar com os produtores e com os pesquisadores e trazer novas sugestões de
como conviver melhor com a praga.
Para conferir os problemas que a broca causa, nós trouxemos uma
amostra aqui nesse laboratório e vamos conversar com o pesquisador Mateus Prado
que vai nos mostrar o dano da broca no café.
- Mateus Prado: Aqui a gente classifica a amostra em 100 gramas e
fazemos a porcentagem de broca nos grãos e não podemos exportar, já que não tem
aplicação para ele no mercado exterior. Esse lote que você nos trouxe Guy
realmente apresenta muito problema. O produtor precisa prestar atenção de onde
que ele veio e qual o seu talhão de origem para tentar eliminar o problema para
os próximos anos. Esses grãos não podem ser exportado e vão ser passado para
uma máquina de rebenefício e ele irá aumentar a porcentagem dos cafés que não
são de boa qualidade.
Viemos até a Fazenda Passeio em Monte Belo, MG, uma referência na
produção de cafés de grãos especiais e que vem apresentando baixo índice de
broca. Vamos ver o que o produtor faz de diferente para servir de dica para os
demais produtores.
Agora vamos falar com o proprietário da Fazenda Passeio, Adolfo
Henrique Vieira Ferreira.
- Guy: Adolfo, o que você tem feito para conviver com esse
problema?
- Adolfo: Nós estamos em um período de transição muito complicado
e que restou para o produtor é investir no manejo correto para minimizar a
condição ideal de ataque da broca.
- Guy: Isso quer dizer uma varrição bem-feita?
- Adolfo: Sim, nós podemos dizer que com uma varrição bem-feita,
aqui na fazenda, por exemplo, nós varremos 100% da área e algumas áreas
varremos até duas vezes e lançamos muito a mão de monitoramentos para mapiarmos
os setores mais afetados.
Agora vamos falar com o técnico agrícola da Fazenda Passeio que é
o Thiago Marques.
- Guy: Thiago, como é feito o monitoramento?
- Tiago: Nós fazemos o monitoramento de todas as glebas da fazenda
e com maior atenção nos lugares onde sabemos que há uma maior incidência da broca.
Depois do monitoramento em mãos, nós tomamos a atitude para corrigir o erro da
broca.
Recentemente, tive uma conversa com o amigo pesquisador Rodolfo
San Juan e ele comenta algo muito interessante sobre a broca.
- Guy: O caminho agora que nós temos no futuro é conhecer a praga,
monitorar e dar o tiro certo com o produto registrado e correto?
- Rodolfo: Justamente Guy, esse é o ponto. Os melhores resultados
estão entre os 100 dias da florada do café principal até um pouco adiante, a
broca ainda não se estabelece devido a uma série de fatores, como a umidade.
Ela fura, mas ainda não da postura. Nesse momento, nós temos a população de
broca em transe, ou seja, "passeando sobre o café” sem estar dentro
dos frutos. Mas, desde que se tem a praga, uma história de doenças no talhão.
Nós temos um inverno favorável, umidade e monitorou e começou a aparecer a
broca, dezembro no máximo em janeiro, nossa experiência nos diz que há é a hora
de fazer a primeira aplicação. Fez a primeira, espere entre 30 a 50 dias para repetir
uma segunda pulverização se você perceber que a manifestação está aumentando.
Aumentou, faça uma segunda aplicação que você terá um controle muito
satisfatório e você irá pegar a broca antes de entrar no fruto.
Fomos em outra fazenda, dessa vez em Conceição da Aparecida, MG,
conversar como o Venerando, proprietário das Fazendas Vera Cruz e Monte Verde,
e o Donizete Aparecido, Gerente Agrícola das Fazendas Vera Cruz e Monte Verde,
para saber o que estão fazendo com o problema da broca.
- Donizete Aparecido: O lugar que acreditamos que tem mais broca
são bem marcadas, os lugares que há café no chão fazemos uma varrição bem-feita
para não termos problema de brocas
- Guy: Depois continua monitorando?
- Donizete Aparecido: Monitoramos.
- Guy; Venerando?
- Venerando: O que o Zetinho acabou de falar é exatamente o que
fazemos aqui. Um monitoramento muito rígido, com uma varrição bem-feita e
olhamos os lugares onde há maior número de brocas. Depois que houve a retirada
do endosulfan, esse problema ficou muito sério. Essas informações queremos que
se estenda para os vizinhos para evitar a proliferação.
Fica a dica, enquanto não surgir novos produtos mais eficientes,
economicamente mais viáveis, menos tóxicos, o produtor deve fazer o seu dever
de casa que é mapear os talhões que estão tendo ocorrência de broca. Nesses
talhões varrer, independente se tem ou não resultados financeiros, recolhendo o
máximo de grãos possíveis para evitar a recontaminação. Depois da florada, nas
épocas de transe, monitorar e saber onde está havendo a reinfestação para fazer
o controle na hora certa com defensivos registrados e seguindo a orientação do
seu técnico de confiança.
Obrigado pela atenção se inscreva em nosso canal e continue
acompanhando os vídeos.
https://www.youtube.com/channel/UCOiqRHgcHXlSHmUsS-3LjNA/videos