Amigos
cafeicultores, estamos aqui na Fazenda Estrela do Sul, localizada no município
de Alfenas, Sul de Minas Gerais, de propriedade do meu assistido Rodrigo
Sasseron e viemos falar de um tema muito oportuno. Para isso, convidei o meu
colega Pedro Mendonça que é da área de desenvolvimento de mercado da BASF.
Vamos falar com os cafeicultores a respeito de broca de alguns cuidados sobre
ela e dar uma notícia sobre um novo produto que chegou para ajudar no controle
dessa praga.
- Guy Carvalho: Pedro, fale um pouco sobre a broca, suas
características e sua importância.
- Pedro Mendonça: Bom Guy, a broca é considerada a segunda praga
importância para o café. Mas, eu considero a broca a mais difícil praga de
controle. O ciclo dela ocorre totalmente dentro do fruto, então ela não tem
nenhuma fase mais jovem exposta para a ação do inseticida. Essa fase de ovo,
lava e pupa ocorre totalmente dentro do fruto. Você só consegue controlar a
praga só matando a fêmea. Temos a hora certa que é exatamente quando a fêmea
saiu do fruto depois de sua formação e ela for perfurar frutos novos. A fase
tem que ser muito assertiva para se fazer o controle químico.
- Guy Carvalho: Pedro, nessa lavoura não vimos broca, mas fale
mais sobre ela.
- Pedro Mendonça: Bom, o que o produtor precisa entender e deve
estar ciente disso é que quanto mais florada ele tiver e estágios diferentes de
frutos, maior a probabilidade de ocorrer a broca e sofre prejuízo. Bom,
nessa área que estamos é uma área irrigada, tem florada de setembro e agora de
outubro. Então o produtor precisa monitorar no início de novembro e final de
dezembro. Mas, a florada de outubro ele irá monitorar em janeiro, o monitoramento
é importante. Aqui, eu falo com toda certeza que esse produtor irá passar
tranquilo na primeira florada, mas ele tem que focar na florada seguinte. No entanto,
aqui no Sul de Minas já percebemos lavouras que possui florada nessa mesa época
já ocorrendo broca. Isso em função que o produtor deixou muito fruto
remanescente da safra anterior e eles são as principais fontes de ataque da
saída da broca para esses frutos mais adiantados.
- Guy Carvalho: Quanto ao controle químico Pedro, você disse que
tem a hora certa de entrar. Muitos produtores ainda se lembram do endosulfan, o
produto que era mais usado e não se encontra mais no mercado. Só que surgiram
outros produtos, eu gostaria que você falasse sobre essas mudanças.
- Pedro Mendonça: O endosulfan, na verdade, saiu por questão
toxicológica. Ele não volta, não tem jeito. A agricultora brasileira evolui e
cada vez mais vamos procurar produtos com toxidade menor e com escatologia
favorável, ou seja, que vai atingir outras pragas com menor severidade, ou
seja, produtos mais seletivos. Então essa é a tendência do mercado.
A eficiência do controle e sua evolução passa para a
profissionalização do produtor.
- Pedro Mendonça: Os produtos que estão vindo para o mercado têm
as suas eficiências, mas passa por um conjunto de medida que o produtor precisa
fazer para ter essa atividade de controle.
- Guy Carvalho: Como estamos falando de produto, então fale um
pouco da novidade que a BASF traz para o mercado.
- Pedro Mendonça: Começamos a testar esse produto entre 6 e 7 anos
atrás. Ele mostrou uma molécula interessante com uma boa resposta no controle
da broca. Ele é um produto que não atua em nenhuma outra praga do café, ele é
específico para a broca. Ele não pega abelha e nenhum outro inimigo natural. O
produtor poderá trabalhar com outros produtos e trabalhar com esse lançamento
que se chama Vernismo. É um produto que bem interessante e específico para o
controle de broca.
- Guy Mendonça: Na prática, como o produtor deve fazer para obter
todo o potencial desse produto?
- Pedro Mendonça: O produtor tem que estudar, está por dentro o
que é a praga e treinar a equipe no campo para fazer o monitoramento dessa
praga para acertamos o momento certo em que a fêmea da broca estiver perfurando
o fruto antes dela fazer a sua ovoposição. Outra coisa, nós temos que orientar
o produtor a reduzir frutos remanescente e frutos velhos na lavoura.
- Guy Carvalho: Quer dizer, colheita bem-feita?
- Pedro Mendonça: Colheita bem-feita, não tem como. O produtor
sabe que a colheita é o fator essencial. A colheita malfeita tem favorecido o
aumento da praga independente de regiões. Você pode ir em qualquer região de
café do Brasil, uma região mecaniza e com colheita manual, principalmente
semi-mecanizada, tem aumentado a quantidade de frutos sobrado na lavoura.
Deve-se trabalhar com o nível populacional mais baixo quando vamos trabalhar
com controle químico.
- Guy Carvalho: Quer dizer, é um conjunto de fatores.
- Pedro Mendonça: É um conjunto de fatores que vai levar ao
sucesso o controle.
- Guy Carvalho: Na prática, o produtor durante essa fase de
trânsito, vem acompanhando e deu o nível de controle, ele continua observando
ou esquece?
- Pedro Mendonça: Não, a praga continua em desenvolvimento durante
todo o processo do fruto até a maturação. Como o ciclo é mais ou menos em torno
de 28 dias, então a gente considera que o ideal é ele fazer a aplicação com 30
dias de intervalo em função do ciclo da praga. Não é em função da residualidade
do inseticida, mas sim do ciclo. Então o que vemos, controlou, fez a primeira
aplicação e ainda tem alguma população, então ele deve fazer uma segunda
aplicação para ter uma redução maior da população.
- Guy Carvalho: Pedro ainda destaca que com a saída do endosulfan,
novas tecnologias trouxeram maior eficiência no controle da praga e menor impacto
ao meio ambiente.
- Pedro Mendonça: Todo esse fator que veio da saída do endosulfan
tem o lado positivo que é fazer com o que o produtor fique mais consciente
sobre o que é a broca.
- Guy Carvalho: Ficar mais profissional.
- Pedro Mendonça: Ficar mais profissional e ele trabalhar com
menos erros e mais acertos.
- Guy Carvalho: E o meio-ambiente agradece.
- Pedro Mendonça: E o meio-ambiente agradece. Então todo esse
processo que aconteceu é extremamente