No
último episódio, falamos da parte teórica do organomineral, agora vamos ver na
prática. Para isso, viemos até a Fazenda Santa Cruz e vamos falar nessa lavoura
que é em produção - recém podada - e depois vamos ver o plantio também.
- Eduardo: Nessa lavoura podada, foi feito uma única aplicação e
poderia ser uma única aplicação em uma lavoura em produção. O que nós
consideramos em questão de aplicação é mais sobre a textura e a fertilidade do
solo. Nessa região do Sul de Minas uma única aplicação seria interessante e nós
recomendamos que o produtor faça uma avaliação de safra em dezembro e quando
necessário faça uma segunda aplicação de acordo com a carga dependente real.
- Guy: Quer dizer, se ela mostrar mais carga, ele completa um
pouco mais.
- Eduardo: Sim, mas se cara estiver condizente com a adubação não
há necessidade mais aplicação.
- Guy: Não há tantas perdas com volatizações e fixação?
- Eduardo: Não, as percas ocorrem, mas são bastantes minimizadas
com o sistema organomineral semelhante como na natureza. Essa eficiência é
muito maior com os fertilizantes organominerais.
- Guy: Sobre época de adubação, qual o momento certo?
- Eduardo: Nós posicionamos antecipar o período chuvoso. Então,
terminou a colheita o produtor deve realizar a aplicação independente do
período de chuva. Por que tendo chuva e umidade, a planta vai começar a
absorver esses nutrientes.
- Guy: Quer dizer, não tem aquela história de que no início a
planta não tem sistema reticular ainda ou não precisa. Esquece tudo isso. Vamos
falar de uma construção de fertilidade, está certo?
- Eduardo: Com certeza, nós sabemos que a planta de café responde
a estímulos do meio: temperatura, umidade e água. Então, qualquer condição que
se tenha esses pontos para a planta crescer e vegetar, isso será ativado.
Portanto, fazer uma adubação antecipada, teremos uma maior eficiência em termos
de vegetação e resposta da planta como um todo.
- Guy: Ela vai responder com maior produtividade.
- Eduardo: Com certeza, então a adubação responde a esses estímulos
que a planta recebe de absorção.
Estamos aqui nas áreas de plantação da Fazenda Santa Cruz e vamos
falar sobre o organomineral no plantio.
- Guy: Eduardo, como pode ser feito o uso do organomineral
no plantio?
- Eduardo: Na aplicação das lavouras, nós recomendamos a aplicação
de organominerais principalmente a base de fósforo ao longo de todo o sulco de
plantio e também uma complementação na corveta para ter esse fósforo prontamente
disponível ao sistema reticular da planta nova para termos uma maior
eficiência.
- Guy: Não tem problema, não há risco de queimar essas raízes?
- Eduardo: Não tem, o fósforo não tem esse efeito como tem o
nitrogênio e o potássio. Então o fósforo não queima a raiz ou até mesmo a parte
aérea da planta. Não tem esse problema.
- Guy: E esse benefício do organomineral, ele pode mitigar a falta
de chuva ou pouca chuva?
- Eduardo: Sim, embora a parte orgânica não seja muito, ela tem
uma alta retenção de água chamado de retenção de água ou poder de esponja.
Então, ela absorve e retém mais umidade e mitiga essa questão de climática de
chuva.
- Guy: Se colocar na corveta ela vai ajudar também?
- Eduardo: Sim, ajuda o sistema reticular da planta mais nova.
- Guy: Eduardo, aqui nessa área estamos usando 300 Kg por hectares
baseado em trabalhos do Paulo Contigio, da Embrapa e outros trabalhos. Como
seria isso em organomineral?
- Eduardo: Nós sabemos que a eficiência em fósforo no organomineral é
aumentada 3 ou 4 vezes. O trabalho do Professor Malavoc mostra muito isso.
Mas para a implantação da lavoura, nós fazemos esse aporte a mais de fósforo,
mesmo sabendo da potencialização do fósforo no organomineral, usamos a dose
cheia de fósforo na implantação.
- Guy: Quer dizer, você usaria aqui os mesmos 300 Kg?
- Eduardo: Sim, os mesmos 300 Kg.
- Guy: Repartido na corveta e no sulco?
- Eduardo: Exatamente, parte na corveta e no sulco.
Joseane Moraes, explica por que optou pelo uso do organomineral no
plantio.
- Joseane Moraes: É um plantio novo, nós optamos pelo adubo
organomineral até pelas condições climáticas. O organomineral vai ajudar na
umidade do solo como melhorar a condição da matéria orgânica do solo que é uma
coisa que estamos buscando quando optamos em utilizar o adubo organomineral.
Agora ela explica por que está usando na lavoura em produção.
- Joseane Moraes: Como nós somos uma fazenda certificada agente
vem buscando e alinhando a questão também da adubação com a biodiversidade e
para termos ambiente na lavoura que repitam o mesmo ambiente de floresta que é
ter umidade e criar uma condição biológica no solo. O adubo organomineral nos dá
essa oportunidade que nós buscávamos ter essa opção de um adubo mais saudável
para a planta que agride menos a natureza e obtemos uma resposta junto com ele.
- Guy Carvalho: Eduardo se a recomendação do NPK foi equivocada e
baseada em conceitos mais ultrapassados, considerando apenas a extração, por
exemplo negligenciar o fósforo, quer dizer se ela estiver desequilibrada apenas
o organomineral não irá fazer milagres.
- Eduardo: Com certeza Guy, todo o processo de adubação vem em
cima de embasamento técnico de análises de solo, de folha de carga pendente e
não somente a extração. Nós temos que ponderar todos os elementos de forma
equilibrada para que a planta possa expressar o maior potencial de produção. Em
termos de recomendação, nós podemos fazer um ajuste de demanda em termos de NPK
porque a eficiência agronômica associada aos minerais da parte orgânica é
maior.
- Guy: Quer dizer, nós podemos fazermos ajuste, porém isso não irá
cobrir se a recomendação não for adequada.
- Eduardo: Com certeza, a recomendação deve ser entre parâmetros
adequados com técnicos e agrônomos para se ter uma resposta adequada.