Amigos
cafeicultores, estamos aqui na Fazenda Experimental em Varginha, Sul de Minas,
da Fundação Procafé - um importante órgão de pesquisa que muito colabora com o
desenvolvimento do café no Brasil. É finados de janeiro, vamos conversar com um
colega e saber que dicas nós podemos levar para o cafeicultor nesse importante
momento da produção.
E quem vai nos acompanhar e nos dar dicas é o meu amigo,
pesquisador aqui da Fundação Procafé, e Engenheiro Agrônomo André Garcia.
- Guy Carvalho: André fale um pouquinho do clima, nesse momento,
durante a produção.
- André Garcia: Guy o programa de monitoramento nos traz
informações muito valiosas considerando a praga, a planta e o próprio clima.
Apesar de nós termos um 2017 com chuvas muito ruins, a partir de dezembro de
2017 e agora 2018 as chuvas retornaram com uma quantidade desejada pelas
plantas. Qual é a recomendação que fazemos aos produtores para eles ficarem
atentos. Agora as plantas terão nutrientes desde que o produtor fique atendo as
plantas que estão competindo com o café. Na parte de pragas e doenças a cada
ano o comportamento delas podem mudar porque o clima tem mudado. Então, o
produtor tem que ficar atendo e fazer o monitoramento e nessa época mais
intensificado. Por que temperatura, luz, chuva e umidade é o que acelera as
principais pragas e doenças da cultura do café.
- Guy Carvalho: Não é bom só para o café, mas também é bom para as
pragas e doenças?
- André Garcia: É, a praga e a doença está gostando desse calor e
dessa umidade. Então, o produtor, nessa época, tem que namorar a lavoura. Toda
semana ele deve fazer o monitoramento e de acordo com a praga e da doença, ele
deve ir no talhão que tem maior incidência histórica para observar o momento
ideal para entrar com uma ação de controle. Então, hoje, nós prezamos muito
pelo manejo integrado, a gente vê que o manejo isolado não é tão eficiente com
o monitoramento o manejo integrado. A gente utilizar aqueles defencivos ideais
associados as práticas culturais que vão conseguir manter aquela praga ou
doença em um equilíbrio sem danos a planta.
- Guy Carvalho: E essas informações aqui da estação colabora
exatamente com isso. Você vê a importância que o clima tem e a própria fundação
oferece isso para o produtor. Ele pode acompanhar também essas informações da
estação?
- André Garcia: Correto, o produtor pode entrar no site, pode
estar acompanhando um pouco esse monitoramento que fazemos aqui e tentar
entender conosco essas mudanças no ciclo das pragas e das doenças e está mais
informado e capacitado para deixar a lavoura mais próximo do potencial produtivo
dela.
- Guy Carvalho: Aí ele vai na lavoura para conferir se precisa
realizar mais um controle?
- André Garcia: Tem que namorar a lavoura.
O convite para a pessoa que não conhece o programa de aviso do
boletim da Fundação Procafé é só acessar o site abaixo e ir em boletim de
notícia que cobre Sul de Minas, Mogiana e Triângulo Mineiro.
http://www.fundacaoprocafe.com.br/
- Guy Carvalho: André, nesse
momento o que você destaca? Qual a principal doença e praga para ser
controlada?
- André Garcia: Dessa semana, o
principal foco é a ferrugem - onde estamos na segunda aplicação - que qualquer
atraso pode estourar antes da hora. Na parte de praga é a questão da broca,
apesar do nível baixo e pouco atrasado em relação aos outros anos, as condições
climáticas estão favoráveis para que ela evolua nas próximas semanas.
- Guy Carvalho: Quer dizer, o
produtor tem que ficar atento e agir se necessário nesse momento?
- André Garcia: Correto, mesmo
que não apareceu a broca ou a ferrugem está sobre controle, ele deve ficar
atento porque as próximas semanas agora, com a estiagem de chuva e de elevações
de temperaturas, pode acontecer mudanças no comportamento dessa praga e dessa
doença.
- Guy Carvalho: Você pode
mostrar, na lavoura, um pouco desses problemas?
- André Garcia: Vamos, será um
prazer.
- André Garcia: Então, nessa
área que estamos agora é uma variedade muito boa, porque é suscetível a
ferrugem, onde nós fazemos o monitoramento porque não teve nenhum controle e
nós podemos observar que nesse momento a ferrugem já atingiu o terço superior
das plantas, o incide de folhas atacadas já evoluiu bastante e a severidade da
doença já está alta, ou seja, há um dano nessa planta que é uma situação onde o
produtor não fez nenhum controle.
- Guy Carvalho: Quer dizer, o
produtor não fez nenhum controle, e a doença já está instalada? Ele ainda pode
fazer alguma coisa?
- André Garcia: É urgente um
controle em uma planta com essa condição. Ele deve estar ciente que as folhas
que estão atacadas irão cair, mas ele conseguirá diminuir a perda potencial que
seria se ele não fizesse nenhum controle.
- Guy Carvalho: O ideal era que
não tivesse acontecido isso e ele dessa continuidade no tratamento como você
disse?
- André Garcia: Correto, o
ideal era que ele fizesse o monitoramento dede de outubro e de novembro e agora
iniciar com um segunda aplicação em torno de 50 dias após a primeira aplicação,
onde a ferrugem começa a querer evoluir novamente pela baixa cobertura do
efeito de fungicida.
- Guy Carvalho: Nesse caso,
você tem um controle bastante satisfatório?
- André Garcia: Perfeito, a
ação de um produto bom junto com o manejo integrado, nós conseguimos sair com a
lavoura zerada de ferrugem e muito vigorosa.